Rachel Valença: Uma Beija-Flor mais leve
Rachel Valença é pesquisadora de Carnaval e vice-presidente do MIS
Rio - Foi estranho este Carnaval de 2011. O incêndio na Cidade do Samba a um mês do Carnaval retirou de julgamento três escolas que tiveram seu barracão afetado em maior ou menor grau pela ação das chamas. Apenas nove agremiações receberam notas e classificação, tornando mais drásticas as comparações. Talvez por isso, mais do que nunca o resultado pareceu desligado do desfile assistido.
Não significa que a campeã Beija-Flor não merecesse o título. O Salgueiro, que apresentou um Carnaval maravilhoso, em que Renato Lage se superou, provando que o cinema pode ser mostrado em estreita relação com a cultura brasileira, o que faltou ao criativo Paulo Barros, fez um desfile com problemas graves. Com isso, o favoritismo da Beija-Flor, decantado em cada esquina bem antes do Carnaval, se confirmou. É pena. Porque mais uma vez o resultado deixa no ar um gosto de previsível, como se nem fosse indispensável haver um desfile para saber que o Porto da Pedra, independentemente do apresentado, estava fadado ao penúltimo lugar; e que a última colocação se destinava à São Clemente, mesmo que tenha vindo alegre, correta e criativa. E qual seria o destino da arrebatadora União da Ilha, caso não estivesse poupada do julgamento?
Não significa que a campeã Beija-Flor não merecesse o título. O Salgueiro, que apresentou um Carnaval maravilhoso, em que Renato Lage se superou, provando que o cinema pode ser mostrado em estreita relação com a cultura brasileira, o que faltou ao criativo Paulo Barros, fez um desfile com problemas graves. Com isso, o favoritismo da Beija-Flor, decantado em cada esquina bem antes do Carnaval, se confirmou. É pena. Porque mais uma vez o resultado deixa no ar um gosto de previsível, como se nem fosse indispensável haver um desfile para saber que o Porto da Pedra, independentemente do apresentado, estava fadado ao penúltimo lugar; e que a última colocação se destinava à São Clemente, mesmo que tenha vindo alegre, correta e criativa. E qual seria o destino da arrebatadora União da Ilha, caso não estivesse poupada do julgamento?
De tal forma esta noção está arraigada na cabeça de todos, até dos dirigentes, que o presidente da Mangueira, ao receber uma sucessão de notas baixas num quesito em que de fato a escola não foi forte, retirou-se indignado. Porque na cabeça de todos, cada vez mais, o que está em julgamento não é uma apresentação: são marcas. A grife Mangueira vale mais pontos que a grife Porto da Pedra: o desfile é um detalhe.
Imperatriz Leopoldinense e Mocidade Independente surpreenderam positivamente, mas se recolheram modestamente às colocações intermediárias que hoje lhe são destinadas. Vila Isabel e Unidos da Tijuca, esta em busca do bicampeonato, ocuparam postos honrosos e... esperáveis. A falta de novidade, de emoção, de disputa autêntica vai arrefecendo o interesse e a paixão. Não seria mais emocionante se a vitória da Beija-Flor não fosse tão contundente, se a pontuação denotasse uma verdadeira disputa? Seu desfile teve grandes acertos, por exemplo, em quesitos como Harmonia, Evolução, Conjunto. Mas creio que o público que assistiu ao desfile se sentiria melhor se as notas reconhecessem que no quesito Comissão de Frente a campeã ficou aquém de algumas de suas concorrentes, pois a coreografia apresentada era confusa e pueril, um teatrinho meio canhestro que não faz justiça ao talento de Carlinhos de Jesus. Vê-la receber a consagração nas notas neste quesito nos dá uma desagradável sensação de tanto faz...
Apesar de tudo, a vitória de uma Beija-Flor mais leve, mais ágil, aponta para a premiação de um modelo de Carnaval distante daquele que lhe valeu seus títulos anteriores e que nem sempre foi o modelo dos sonhos da maioria dos foliões. É importante que a vitória alcançada consolide esta sábia opção.
Opinião:JPV -Imprenssa Livre
Após a coragem da nossa Redação de dizer bem claro em alto e bom som que coisas estranhas ,aconteciam no Carnaval do Rio este ano,muitos Jornalistas agora saíram do Armário e Resolveram abris a boca ou soltar sua liberdade de Expressão,Parabenizamos esta Redação que não tem medo de Processo de Retrocesso de Grobo e tudo mais ,pois é um absurdo fazer o palco do CARNAVAL O MAIOR SHOW DA TERRA SER JOGUETE DE INTERESSES MESQUINHOS...Ronaldo Padilha
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