Vazamento em adutora espalha 1 milhão de
litros d´água em ruas da zona norte do Rio
A enxurrada de água que invadiu a casa de vários moradores foi de cerca de 1 milhão de litros d´água, de acordo com cálculos realizados pelos técnicos da da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos). Para chegar ao número, eles consideram o diâmetro de 1,75 metro e os 30 minutos em que ficou jorrando água pelas ruas de Pereira Pinto e Engenho do Mato, em Tomás Coelho, no subúrbio do Rio. O vazamento começou por volta das 5h da madrugada de sexta para sábado (23).
O volume de água era tão grande que muitos moradores acordaram “boiando na cama”. Morador da rua Pereira Pinto, Paulo Fernandes conta que estava acordado desde a madrugada para ver a alvorada em homenagem a São Jorge (cujo dia é celebrado hoje) quando ouviu um barulho estranho.
Instantes depois, uma enorme enxurrada desceu a rua.
- Saiu todo mundo gritando: água! água! A enxurrada desceu levando tudo.
Ao todo, segundo a Cedae, 40 casas foram atingidas. A empresa informa ainda que o prazo máximo para restabelecer o serviço será de 48 horas, já que muitos bairros do entorno ficaram sem água desde o rompimento da adutora. A tubulação afetada era responsável pelo fornecimento de água para 15% da região metropolitana e muitos bairros da zona norte da cidade.
No entanto, a companhia disse que há outras adutoras menores que conseguem suprir água, em menor escala, para algumas residências em diversos bairros afetados.
Além da água, muita lama tomou conta das ruas e deu trabalho aos garis da prefeitura, que, por volta do meio-dia, ainda tentavam tirar a terra e o lixo que se espalharam.
Vizinho de Fernandes, o estudante Julio César diz que ficou sem saber o que fazer diante de tanta água. Ele conta que acordou com os fogos de São Jorge e os gritos da vizinhança, a maioria pega de surpresa pela água, vestindo pijamas e camisolas.
- Chegava a fazer onda. Ficamos sem saber como ajudar. As pessoas acordaram boiando na cama.
Um trecho da rua Engenho do Mato teve que ser interditado para que técnicos e máquinas da Cedae pudessem fazer os reparos. Um pedaço de 3 m da tubulação será totalmente substituído.
Parte do cano que se rompeu será analisada em laboratório para descobrir as causas do acidente. O rompimento aconteceu em um terreno onde haviam casas demolidas recentemente para a construção do novo viaduto de Tomás Coelho.
Razões para o incidente
O diretor de produção e grandes operações da Cedae, Jorge Briard, diz que as escavações para as obras do viaduto podem ter indiretamente provocado o acidente ao desestabilizar o terreno, mas ressalta que essa é apenas uma das hipóteses.
- Pode ter havido uma desestabilização do terreno.
Cerca de 5.000 litros por segundo de água passam por essa tubulação, vazão suficiente para abastecer o equivalente a 18 bairros. O cano de concreto e aço, com 1,75 m de diâmetro, está no local há 30 anos e é considerado novo pela Cedae.
Briard explica que o abastecimento foi interrompido, mas quem tem caixa d’água não será prejudicado. A expectativa é que os trabalhos de reparo sejam concluídos na noite deste sábado (23).
A concessionária se comprometeu a indenizar as famílias que perderam móveis e eletrodomésticos, mas até as 13h não havia feito um levantamento entre todos os moradores prejudicados.
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