Falcão perde a primeira, é questionado e diz que não errou
Com time parecido com os dos tempos de Celso Roth e usando garoto como primeira alternativa no banco, técnico cai na Libertadores
Até Paulo Roberto Falcão, ídolo quase intocável no Inter, precisa dar suas explicações. A derrota de 2 a 1 para o Peñarol, com queda nas oitavas de final da Libertadores da América, apresentou pontos dúbios no trabalho do novo treinador colorado em seu primeiro revés no cargo. O esquema foi diferente do atual, pendendo para o que era usado por seu antecessor, Celso Roth. E a primeira alternativa dele em momento de tensão foi convocar um garoto, o recém-inscrito Ricardo Goulart, em vez de figuras mais rodadas, especialmente Rafael Sobis e Cavenaghi.
Depois do jogo, Falcão foi questionado pela imprensa e contestado pela torcida – em manifestações nas rádios e em discussões em redes sociais, colorados mostraram contrariedade com as escolhas do técnico. Acima de tudo, ele teve que explicar por que mandou Ricardo Goulart a campo.
- O Ricardo Goulart está treinando muito bem. Acho que ele entrou bem. É um jogador de velocidade, agudo, que vem se destacando nos treinos. É o dia a dia que define isso. Senti que ele podia colaborar. Isso é olho no olho. Ele nunca se esconde nos treinamentos. Não tive nenhuma dúvida – disse Falcão.
O técnico entende que não errou nas trocas. Diz que aceita opiniões contrárias, mas vê lógica nas escolhas. Ricardo Goulart foi a campo junto com Tinga, para as saídas de Andrezinho e Oscar. Só depois que Rafael Sobis foi chamado, para entrar na vaga de Nei, já em momento de desespero.
- Respeito todas as opiniões contrárias, mas acho que não foi um equívoco. Viemos de dois jogos em que atuamos por 25 minutos em cada com dez homens. O Goulart é atacante. É segundo atacante. Tínhamos o Goulart e o Damião, e o D’Alessandro mais avançado. Com o Tinga, tínhamos que reorganizar o lado direito – argumentou Falcão.
Chamou a atenção um novo desenho tático do time. Depois do 4-4-2 em duas linhas de quatro, usados nos primeiros jogo de Falcão no Inter, e após o 4-4-1-1 do Gre-Nal, o time apareceu, especialmente quando tinha a bola, eu um claro 4-2-3-1 no duelo com o Peñarol. Foi o esquema usado quase sempre por Roth. Talvez a ideia fosse repetir o formato do Gre-Nal, mas a prática do jogo mostrou outra coisa. Andrezinho, Oscar e D’Alessandro estiveram quase sempre alinhados, com Guiñazu e Bolatti atrás deles.
Além disso, o Inter não conseguiu corrigir seu problema mais crônico em 2011, o lado direito defensivo, que vazou no Uruguai e voltou a ser envolvido nesta quarta-feira. Falcão, em meio à dor da eliminação, lamenta a falta de tempo para treinar mais.
- Com 20 e poucos dias, temos que corrigir muita coisa. Agora, vamos ter um pouco mais de tempo para isso.
Mas há pouco até domingo. Às 16h, o Inter recebe o Grêmio no Beira-Rio. É o primeiro jogo da final do Gauchão.
Noite infeliz elimina quatro clubes brasileiros da Libertadores
Coincidência inédita vitima o "imortal" Grêmio e três times que eram considerados favoritos até para o título: Cruzeiro, Internacional e Fluminense
Nunca dantes na história da Libertadores, tantos clubes brasileiros foram eliminados da competição no mesmo dia. As oitavas de final desta edição 2011 foram trágicas para Cruzeiro, Internacional e Fluminense, que disputaram jogos de volta na condição de favoritos, após obter resultados favoráveis na primeira partida. Também não foram felizes para o Grêmio, que, muito desfalcado e em condições adversas, após perder da Universidad Católica em casa, não conseguiu se valer de sua propalada "imortalidade" para trazer um bom resultado de Santiago. Somente o Santos, classificado na noite de terça-feira com um suado 0 a 0 com o América-MEX, avançou.
A última vez que o Brasil chegou às quartas da Taça Libertadores representado por apenas uma equipe foi há 17 anos: o São Paulo - que terminaria a edição de 1994 como vice-campeão, derrotado nos pênaltis pelo Velez Sarsfield. Até 2000, o país tinha apenas duas vagas na competição - com uma terceira reservada a um eventual campeão do ano anterior. De lá pra cá, pelo menos dois clubes brasileiros alcançavam às quartas de final. Não foi o caso neste 2011.
Na Argentina, derrota do Inter é comparada ao Maracanazo
Jornal ‘Olé’ diz que Porto Alegre se cala como o Brasil se calou ao perder a Copa de 1950 para o Uruguai
Com Bolatti, Guiñazu e D’Alessandro no time e Cavenaghi no banco, chamou a atenção na Argentina a derrota do Inter para o Peñarol, por 2 a 1, nesta quarta-feira, com consequente queda nas oitavas de final da Libertadores da América. O site do jornal “Olé”, principal publicação do país vizinho, comparou o fracasso vermelho ao Maracanazo, como ficou conhecida a derrota do Brasil para o Uruguai na final da Copa do Mundo de 1950.
- El Portoalegrazo – diz a página, em manchete.
No texto, o “Olé” cita as chances criadas pelo Inter em busca de uma reviravolta, mas também lembra as ameaças do Peñarol nos contra-ataques. É destacado o espírito copeiro do time uruguaio.
- O Inter, campeão da edição anterior, foi com tudo ao ataque em busca dos gols que lhe dariam a classificação. Com D’Alessandro, Bolatti e Guiñazu em campo, com uma lenda como Falcão no banco, a equipe gaúcha apertou e criou situações. E também esteve perto do nocaute nos contra-ataques uruguaios. Passava o tempo, e o Inter se desesperava. E o Peñarol, que defendia com tudo, se mostrava cada vez mais seguro – afirmou o site.
O Peñarol pega o Universidad Católica nas quartas de final da Libertadores. O Inter volta a campo no domingo, no primeiro Gre-Nal da decisão do Campeonato Gaúcho.
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