Família de bombeiro preso em Niterói volta para casa decepcionada
Mãe, irmã e noiva de soldado aguardavam soltura da maioria, que não ocorreu.
Primeiro grupo de presos, que estava no Rio, foi solto às 23h de sexta (10).
Irmã, mãe e noiva de bombeiro preso em Charitas
ficaram frustradas por ele não ter sido libertado na
noite de sexta (10) (Foto: Tássia Thum)
Após a libertação do primeiro grupo de bombeiros, que estava na Zona Norte do Rio, a família do soldado Rodrigo Alexandre Rodrigues reclamou da demora em liberar o rapaz e os mais de 400 militares presos que continuam no quartel de Charitas, em Niterói, na madrugada deste sábado (11). O grupo ficou preso após o ato que culminou na invasão ao Quartel Central da corporação no Rio.ficaram frustradas por ele não ter sido libertado na
noite de sexta (10) (Foto: Tássia Thum)
A noiva do soldado, a estudante Evelyn Ramos, saiu decepcionada do quartel de Charitas, onde está a maioria dos presos. “Ele me ligou à tarde dizendo que ia ser liberado, mas até agora nada. Ele me disse que só seria liberado após a meia-noite. Agora vou ter que voltar, não posso ficar aqui sem ter uma previsão de saída”, disse a estudante, em prantos.
A mãe do soldado, a dona de casa Wanda Rodrigues, saiu de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, até Niterói, na expectativa de abraçar o filho do lado de fora do quartel.
“Essa prisão e a falta de informação é como um assassinato que acontece aos poucos. É um sacrifício para as famílias. Eu como mãe fico indignada de ver meu filho dormindo num colchonete fino naquele chão frio. Ele merece dignidade”, disse a mãe, inconsolável.
Nesta madrugada, outros parentes dos militares aguardam em frente ao quartel de Charitas na expectativa da libertação dos bombeiros.
Primeiro grupo deixou a prisão às 23h de sexta (10)
O grupo de bombeiros que estava preso no Grupamento Especial Prisional (GEP), em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, deixou a unidade por volta das 23h desta sexta-feira (10), menos de uma hora após a chegada de dois oficiais de Justiça. Eles foram presos no sábado (4), após invadirem o Quartel Central da corporação, no Centro do Rio, durante manifestação por reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
Um comboio formado por, pelo menos, seis carros deixou o GEP com bandeiras e fitas vermelhas. Na saída dos militares, houve buzinaço e gritos de comemoração dos parentes que aguardavam a liberação.
Segundo Cristiane Daciolo, mulher do cabo Benevenuto Daciolo, um dos líderes do movimento que estava preso no local, os oficiais de Justiça entregaram os alvarás de soltura de três líderes do movimento e outros seis oficiais, incluindo a tenente Lucrécia Belo da Fonseca.
Na frente do carro, o cabo Daciolo, um dos líderes
do movimento, comemora a libertação
(Foto: Mylène Neno/G1)
Cristiane informou também que na próxima segunda-feira (13) deve haver uma reunião dos bombeiros com representantes do governo. "A reivindicação hoje é pela anistia, após a libertação dos bombeiros. Queremos principalmente a anistia. As reivindicações por melhores condições de trabalho e salário continuam", disse ela.do movimento, comemora a libertação
(Foto: Mylène Neno/G1)
Eles seguiram em carreata para Niterói, na Região Metropolitana do Rio, onde está o outro grupo formado por mais de 400 bombeiros que segue preso no quartel de Charitas, aguardando a chegada dos alvarás de soltura. O grupo se reuniu aos colegas no interior do quartel, por volta das 23h40, e festejou a libertação aos gritos de "O bombeiro voltou!".
Habeas corpus
Os bombeiros conseguiram habeas corpus para sair da prisão após o pedido de um grupo de deputados federais. A decisão que favoreceu os presos é do desembargador Cláudio Brandão, que estava de plantão judiciário na madrugada.
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O Tribunal de Justiça explicou que o habeas corpus é uma decisão liminar, que ainda vai ser julgada. Ou seja, será enviado por sorteio a uma Câmara Criminal. Nela, o relator, que também é um desembargador, poderá confirmar ou não a decisão.- Veja galeria de fotos dos bombeiros comemorando decisão de soltura
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MP denuncia bombeiros e PMsAinda na noite desta sexta-feira, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou à Justiça os 429 bombeiros e dois PMs que foram presos após manifestação que culminou com a invasão do quartel. As informações são do MP-RJ. A denúncia foi subscrita pelos Promotores de Justiça Leonardo Cuña e Isabella Pena Lucas.
Secretário diz que não haverá perseguição a presos
O secretário estadual de Defesa Civil e comandante dos bombeiros no Rio, Sérgio Simões, declarou em entrevista coletiva realizada na tarde desta sexta-feira (10) que não haverá qualquer tipo de perseguição aos agentes presos. "Não haverá perseguição. Perseguição não é a palavra adequada para a instituição Corpo de Bombeiros. Vamos nos ater à apuração dos fatos, nada além disso. Do soldado ao coronel, temos a mesma farda e os mesmos objetivos. A palavra que tenho com minha tropa é respeito."
O comandante também afirmou que eles poderão voltar ao trabalho normalmente após a libertação.
Prisão no sábado
Os 439 bombeiros estão presos desde sábado (4), após policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) invadirem o quartel central do Corpo de Bombeiros. Mais de 2 mil manifestantes tinham tomado a unidade na noite de sexta-feira (3).
Bombeiros grevistas que não foram presos fazem manifestações nas escadarias da Alerj desde domingo (5). Na manhã desta sexta, eles permaneciam com barracas de acampamento e faixas. Após receber a notícia, o porta-voz da corporação, cabo Laércio Soares, disse que foi feita a Justiça e que agora aceita conversar.
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