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Tchau, ministro
Parece incrível, mas o que acontece atrás das cortinas da administração pública se assemelha a um covil de ladrões. A denúncia de corrupção que envolve o ministro dos Esportes, Orlando Silva (PCdoB), cujos acertos de pagamento de propina ocorria através de ONGs dirigidas por seus correligionários, demonstra a prática criminosa que se instalou dentro da pasta. Para piorar, ontem, no mesmo dia em que o comunista prestava depoimento ao Congresso Nacional, veio a furo a notícia da existência de um "acordo por silêncio" no ministério. O delator do escândalo, o policial militar João Dias Ferreira, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que Orlando Silva havia proposto, pessoalmente, numa reunião em março de 2008, um pacto para que os desvios de verba envolvendo o Programa Segundo Tempo não fossem denunciados. "O encontro foi na sala de reunião dele, no sétimo andar do ministério", garantiu. Em bom português: o governo deveria limpar o nome do PM e, em troca, este não tornaria pública a falcatrua. O ministro, chamado a explicar-se, não negou o encontro, mas sim o teor da conversa, que, segundo ele, teria versado sobre convênios de entidades dirigidas pelo ex-aliado. O cheiro é ruim. Na prática, entretanto, pouco importa o que foi tratado. A leitura da história praticamente impinge a ambos o fato de serem farinha do mesmo saco. Os esclarecimentos do ainda titular da cadeira, em vez de aliviarem a sua barra, o envolvem ainda mais na suspeita de irregularidades. Não resta a Dilma outro caminho senão seguir a sabedoria popular: "a porta da rua é a serventia da casa".
Casta
Em verdade, o ministério do Esporte se transformou em propriedade do PCdoB. Os filiados eram orientados a se organizarem em entidades que pudessem pleitear verbas da pasta. Foi o que aconteceu. Orlando Silva, apenas no ano passado, distribuiu R$ 30 milhões aos companheiros de legenda. Os convênios, em grande maioria, serviram apenas para aumentar o patrimônio dos agraciados. Só esse favoritismo seria suficiente para a demissão.
O nome
O programa que distribuía verbas aos comunistas foi batizado de "Segundo Tempo". Todavia, ele era a prioridade no ministério e funciona desde os primeiros minutos do jogo, ou seja, tão logo o partidão passou a comandar a pasta, ainda na gestão Lula, sob a direção do hoje governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz.
Conclusão
Os comunas brasileiros inverteram a linha fundamental adotada por Lênin em 1917, na Revolução Russa: em vez de dividirem as riquezas em prol do interesse público, trataram de abocanhar a maior fatia para eles próprios.
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