Terremoto na Turquia JPV - Mundo-desastres-tragédias

Autoridades temem a queda de temperatura e a ocorrência de nevascas, as quais podem dificultar os trabalhos de resgate
Istambul. A busca por sobreviventes entre os escombros de edifícios que desabaram, no último domingo, devido ao terremoto que atingiu a Turquia continua de forma intensa e o número de vítimas sobe continuamente. Segundo boletim divulgado na tarde de ontem, ao menos 300 pessoas morreram e cerca de 1.300 ficaram feridas. Aproximadamente 970 casas e edifícios caíram na região afetada pelo tremor, de magnitude 7,2. 


Os trabalhos de resgate se concentram na cidade de Van e na localidade de Ercis, mas possivelmente há também centenas de mortos em aldeias remotas, com casas de barro. 

Ontem, sobreviventes soterrados nos escombros gritavam por ajuda, e alguns usavam celulares para avisar que estava, vivos, enquanto soldados corriam contra o tempo.

Milhares de desabrigados preparavam-se para passar a segunda noite ao relento na montanhosa região de Van, sob temperaturas próximas de zero grau Celsius. O Crescente Vermelho – equivalente à Cruz Vermelha na Turquia – disse se preparar para oferecer abrigo a até 40 mil pessoas, mas que ainda é impossível saber quantas irão efetivamente precisar.

Alguns veículos de imprensa turcos disseram que as más condições das construções são a principal causa do elevado número de vítimas. Também foram relatados casos de pessoas que não receberam ajuda das equipes de resgate e tiveram que ser retiradas por seus amigos e familiares. 

Em entrevista a uma emissora de televisão, Nasuh Maruki, presidente da Associação de Busca e Resgate acrescentou que, “em poucos dias”, serão retirados todos os escombros, o que possibilitará a localização de mais corpos e sobreviventes. 


Especialistas consideram, porém, que é primordial acelerar os trabalhos de busca, pois o serviço estatal de meteorologia prevê temperaturas até abaixo de zero grau centígrado na região do desastre. Segundo a previsão, chuvas aparecerão hoje e nevascas devem ocorrer a partir de amanhã. 

O governo também informou que equipes de resgate já chegaram a todos os lugares afetados, incluindo pequenos povoados montanhosos. 




Um dos três vice-primeiros-ministros do país, Besir Atalay, afirmou que começaram a ser enviadas barracas e cobertores aos moradores, o que contrasta com a informações obtidas com equipes de resgate, que se queixam da falta de material e dizem que a ajuda recebida não basta para suprir as necessidades básicas dos sobreviventes. 

Ajuda
A Alta Representante da União Europeia, Catherine Ashton, ofereceu ajuda às autoridades turcas, ontem, para fazer frente às consequências do tremor. “Já expressei minhas condolências às autoridades turcas e ofereci qualquer tipo de assistência que necessitem”, declarou Ashton. 

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, ligou ontem para o primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, para oferecer suas condolências pelos danos causados pelo terremoto, informou o gabinete do premiê turco. 

Netanyahu disse que o Estado judaico estava pronto para ajudar a Turquia. Apesar das aparentes carências, o governo turco não aceitou, por enquanto, ajudas oferecidas por Estados Unidos, Israel e países da União Europeia (UE). 


Desabrigados
970 casas e Edifícios, em média, desabaram por conta do tremor, deixando dezenas de milhares de pessoas desabrigadas ou desaparecidas.