A ONU recomendou ao Brasil que as obras da Copa de
2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 não gerem despejos forçados de
moradores e tragam benefícios "duradouros" para a população urbana
marginalizada.
Essa foi uma das 17 principais recomendações
feitas ao governo brasileiro em uma sabatina sobre a situação dos
direitos humanos no país, realizada nesta sexta-feira na ONU em Genebra.Representantes de 70 países também pediram que o Brasil acabe com seu sistema de polícia militar - com a eventual substituição por uma instituição única e de caráter civil.
O objetivo da medida seria reduzir o número de execuções extrajudiciais de suspeitos praticadas por policiais militares.
Os países também solicitaram que o país reduza a superlotação de suas cadeias, combata o tráfico de pessoas e crie programas de proteção a juízes, ativistas de direitos humanos e jornalistas.
Também foram abordados a proteção aos idosos, aos indígenas, aos deficientes e às crianças, entre outros pontos.
A ONU recomendou ainda que o Brasil se esforce para implementar efetivamente a Lei Maria da Penha - que protege mulheres contra a violência doméstica.
Pontos positivos
A ONU elogiou a criação da Comissão da Verdade, para esclarecer abusos ocorridos durante o período de ditadura militar.Também reconheceu os esforços do governo no combate à pobreza, por meio dos programas de distribuição de renda.
O programa de combate à Aids e medidas para a proteção dos direitos das mulheres também foram enaltecidos.
Foi a segunda vez que o Brasil se submeteu à Revisão Periódica Universal, na qual o país expõe ao Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU a situação de suas ações de proteção aos direitos humanos e recebe recomendações.
Trata-se de mecanismo do órgão para regular o cumprimento de compromissos de direitos humanos aplicado em cada país membro a cada quatro anos e meio.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, chefiou a delegação brasileira.
O Ministério das Relações Exteriores afirmou que a reunião foi "um exercício positivo" para o Brasil.
Na quinta-feira, os Estados Unidos também divulgaram seu relatório anual sobre a situação de direitos humanos no mundo. Prisões superlotadas e abusos policiais foram os pontos mais criticados no caso do Brasil.
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