São Paulo - Desde o início da Operação Lava Jato, há exatos dois anos, mais de R$ 2,9 bilhões foram recuperados pela Polícia Federal.
Deste total, R$ 2,4 bilhões são bens em poder dos presos e acusados.
A cifra inclui uma série de automóveis, muitos deles modelos de luxo e superesportivos.
As apreensões do doleiro Alberto Youssef e seus “laranjas”
Preso na primeira fase da Lava Jato, em março de 2014, o doleiro Alberto Youssef guardava em seu apartamento, em São Paulo, 25 relógios e dez canetas de grifes de alto luxo, além de uma coleção de joias preciosas.
Pouco antes de ser preso, entregou à Polícia Federal um Mercedes-Benz CLS 500 2007 (atualmente avaliado em R$ 118.000), além de um VW Tiguan.
Já na casa de sua ex-namorada, a também doleira Nelma Kodama, foi apreendido um Porsche Cayman 2011 branco comprado em 2013, segundo investigações, por R$ 225.000.
O esportivo foi o primeiro bem leiloado na operação e estava registrado em nome de um “laranja” ligado ao casal.
Também ligado à Youssef e Kodama, Carlos Alexandre Rocha (conhecido como Ceará) servia como “laranja” deles.
Sem registros de patrimônios, o Rocha teve uma conversa telefônica gravada, onde encomendava um Toyota Camry zero quilômetro.
“Aquele que custa mais caro da Toyota”, dizia o doleiro durante a ligação. Atualmente o sedã parte de R$ 180.370.
Os carros e os leilões
O Porsche Cayman de Nelma Kodama foi o primeiro veículo leiloado pela ação – e arrematado por R$ 206.000.
Em seguida, diversos outros modelos levaram o mesmo destino em ao menos três etapas.
Entre eles: BMW M6 Coupé 2013, BMW X5 M 2008, BMW 550i 2009, Mercedes-Benz GLK 280 2008, Mercedes-Benz CLS 500 2007, Mercedes-Benz SL 63 AMG 2010 e Volvo XC60.
Polícia Federal incorpora modelos apreendidos à frota
O juiz Sérgio Moro decretou, em setembro de 2014, que alguns dos veículos apreendidos na operação seriam utilizados pela Polícia Federal – estritamente em serviço policial.
Foram quatro modelos incorporados à frota da PF: um Range Rover Evoque, do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, uma Toyota Hilux, de André Luís Paula dos Santos, um Volkswagen Tiguan e um Volvo, ambos do doleiro Alberto Youssef.
A Polícia Federal chegou a considerar utilizar ainda outras duas Hilux apreendidas.
O juiz Moro, no entanto, vetou. Um dos veículos era fruto de restituição, enquanto o outro já havia sido devolvido.
A incrível frota de Collor
Investigado pela Lava Jato por recebimento de propina, o ex-presidente Fernando Collor teve apreendida em julho de 2015 uma pequena e invejável coleção: Ferrari 458 Italia (avaliado em R$ 1,1 milhão), Lamborghini Aventador LP 700-4 Roadster (R$ 2,9 milhões), Porsche Panamera S (R$ 415 mil) e Bentley Continental Flying Spur (mais de R$ 1 milhão).
Os veículos posteriormente seriam devolvidos a Collor, sob a curiosa alegação de que ele poderia conservar os carros "em condições mais favoráveis do que seu simples recolhimento ao pátio da Polícia Federal ou ao Depósito Público", até que o processo seja concluído.
Uma informação interessante que acabou sendo divulgada são as multas e dívidas acumuladas pela frota.
A Ferrari 458 trazia uma dívida de IPVA no valor de R$ 86 mil. O Lamborghini também não estava com o IPVA em dia - uma dívida de R$ 250 mil.
Coleção de clássicos
A 23ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Acarajé, teve como um dos presos o engenheiro Zwi Skornicki – um dos operadores do esquema de corrupção e que teria pago, no total, cerca de R$ 14 milhões em propinas.
Em sua casa, localizada na barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, os agentes encontraram uma vasta coleção de veículos antigos.
A PF divulgou dois vídeos onde é possível identificar alguns modelos, entre eles um Alfa Romeo Spider 1971, um Chevrolet Bel Air 1955, um elegante Mercedes-Benz 280SL 1970 e outro da geração seguinte R107, um Chevrolet Corvette Sting Ray conversível 1966 e um Porsche 911 SC Targa 1978.
No segundo vídeo aparece até uma VW Kombi Last Edition, série especial (e cara) que marcou o término da produção da van em 2013, além de um Rolls-Royce antigo, um Bentley Continental do começo da década de 90 e, para finalizar, outro Corvette Sting Ray 1963 numa versão fechada, com a clássica e rara janela traseira divida.
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