20/01/2011 - 07h56
Missa pelas vítimas das chuvas no Rio traz críticas à falta de planejamento
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
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Foi com críticas à falta de planejamento urbano que o bispo da diocese de Petrópolis, dom Felippo Santoro, começou o sermão da missa do sétimo dia pelos 741 mortos por causa da chuva que atingiu a região serrana do Rio.
Entre os 300 fiéis presentes, o prefeito de Petrópolis, Paulo Mustrangi (PT), e todo o secretariado da cidade. "Há muita gente em áreas de risco, é uma coisa urgente a ser resolvida. O planejamento urbano não existe. A crítica deve ser feita", continua o bispo em sua homilia.
Das seis cidades de sua jurisdição, quatro (Petrópolis, Teresópolis, São José do Vale do Rio Preto e Areal) foram atingidas pela enchente.
Daniel Marenco-19.jan.2011/Folhapress | ||
Missa de 7º dia em homenagem as vítimas das chuvas no Rio. Celebração trouxe críticas à falta de planejamento |
ESPERANÇA
Ao microfone, o vigário Rogério Dias da Silva dá o seu depoimento: "Deixei tudo para trás e fui acolher as pessoas na rua. Nessa hora elas precisam de alguém que inspire esperança".
Os católicos choram ao ouvir a lista de 61 mortos durante a oração pelas almas. O bispo afirma que, pela tradição, só cita os nomes de quem já foi reconhecido e enterrado.
Em meio aos fiéis, Francisco de Orleans e Bragança, neto em terceiro grau de dom Pedro 2º e bisneto da princesa Isabel. "Perdi vários amigos, gente que jogava bola comigo", afirmou.
A missa foi um retrato da enchente, que matou ricos e pobres. A doméstica Josefina das Mercês Teixeira veio de longe --uma hora de ônibus-- porque disse precisar de palavras de conforto.
"Perdi sete pessoas da família, irmãos, irmãs, sobrinhos. Tenho medo, minha casa também fica numa área de risco", disse.
Ao final da celebração, o prefeito Mustrangi também fala ao microfone aos eleitores: "A ocupação desordenada das encostas é um processo histórico. O resultado não poderia ter sido outro".