A Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou nesta terça-feira (5) seu "entusiasmo e cautela" pela suposta cura nos Estados Unidos de um bebê infectado com o vírus de imunodeficiência humana (HIV).
"A OMS dá as boas-vindas à informação sobre esse caso de um bebê infectado com o HIV tratado com medicamentos antirretrovirais em suas primeiras 30 horas de vida e que aparentemente foi curado após um tratamento de 18 meses, mas lembra da necessidade de mais estudos para confirmar a descoberta", declarou a agência da ONU.
Uma equipe médica dos Estados Unidos anunciou no domingo a cura do bebê, em um caso que pode abrir um novo capítulo no tratamento de crianças soropositivas. O bebê, uma menina nascida no Mississipi no final de 2010, recebeu um tratamento agressivo de retrovirais nas horas posteriores a seu nascimento, em uma prática rara.
Hoje a menina tem dois anos e meio e ficou sem tomar medicação durante todo o último ano, sem que tenham se manifestado sinais de um vírus ativo, segundo indicou Deborah Persaud, investigadora da Universidade de Johns Hopkins em Baltimore (Maryland) e principal autora do estudo que documenta o caso do bebê.
A OMS destacou que, se for confirmado, será o "primeiro caso bem documentado de uma criança infectada com o HIV que parece não ter níveis detectáveis do vírus após receber antirretrovirais e deter o tratamento durante um prazo substancial".
"Este caso ressalta um possível novo enfoque para o tratamento de crianças em situação de alto risco cujas mães não receberam tratamento antes do nascimento. A OMS está entusiasmada com esse interessante caso e espera a confirmação dos resultados através de futuros estudos. Enquanto isso, manteremos as recomendações atuais de provas adiantadas do HIV em mulheres grávidas e de tratar com antirretrovirais todas as mães soropositivas".
Para a OMS, "as implicações desse caso não estão suficientemente claras enquanto não houver mais informações disponíveis", mas destacam a importância de diagnósticos adiantados para bebês e mães soropositivos.
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