Os habitantes presentes na região antes da colonização, e presentes no território do município até hoje, são os índios mbyá-guaranis e kaingangs. A partir de 1732,
o Rio Grande de São Pedro - como era conhecido o Rio Grande do Sul -
passou a atrair colonizadores que se radicaram na região de Viamão.
Elevada à categoria de freguesia em 1747, em 1763 acolheu a governança da província, que até então tinha sede na Vila do Rio Grande, e que foi transferida devido à invasão pelos espanhóis. Viamão se conservou sede do governo até 1773, quando este, por razões práticas, passou ao antigo Porto de Viamão, hoje Porto Alegre. E em 1880 desmembra-se de Porto Alegre para tornar-se vila e sede de um município independente.
Este templo dedicado a Nossa Senhora da Conceição, um dos mais significativos símbolos da identidade local, foi erguido por Francisco Carvalho da Cunha, que por volta de 1741 se estabelecera nos Campos de Viamão, no sítio chamado Estância Grande. O projeto foi do Brigadeiro José Custódio de Sá e Faria, com desenho de Francisco da Costa Sene, construtor e mestre-carpinteiro, e sua construção durou de 1766 a 1769, tendo sido celebrada a primeira missa pelo padre José Malta em 6 de abril de 1770.
É a segunda igreja mais antiga do estado, atrás apenas da Catedral de São Pedro, em Rio Grande, e uma das mais citadas elogiosamente por antigos viajantes estrangeiros em visita a estas terras, contando-se as menções de Auguste de Saint-Hilaire em 1820 e Nicolau Dreys em 1849 [1]. Na época da Revolução Farroupilha já se acusava a necessidade de reparos urgentes, que porém só viriam a ser efetivados em 1854, por Francisco José Pacheco Filho. Em julho de 1938 foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Em seu entorno nada restou dos tempos coloniais, permanecendo a igreja como uma relíquia singular, ainda que esplêndida, da arquitetura setecentista no município.
Localizada na larga praça central da cidade, sua entrada se dá através de um grande adro com pequena escadaria e balaustrada. O frontispício, em pedra, é discreto, mas a porta única, central, mostra bela talha rococó, já um tanto desgastada pelas intempéries. Aos lados, duas colunas toscanas ornamentais que nada sustentam terminam no segundo nível, onde se abrem duas janelas de arco abatido fechadas por vitrais, e tendo ao centro um óculo quadrifólio com pontas entre os lobos. Acima, um frontão em triângulo isósceles nu é arrematado por uma cruz central e um perfil em escada, acima do triângulo. O cornijamento em toda a fachada é estreito e sem adornos.
O corpo da igreja é ladeado por duas torres sineiras iguais, com aberturas estreitas junto à base e arcos abertos no nível superior para os sinos. São largas e muito espessas, e possuem um oco exíguo que abriga apenas uma estreita escada até o topo. O coruchéu tem ornamentação simples com volutas discretas e bandeirolas.
A fachada traseira é bem menos ampla, acompanhado as menores dimensões da capela-mor, e possui apenas duas janelas retangulares estreitas no nível térreo e um óculo pequeno redondo acima, centralizado, e telhado visível em duas águas. Em ambos os lados existem anexos térreos para a sacristia e a secretaria, com entradas independentes, igualmente em estilo barroco colonial.
O interior tem janelas altas, teto sem adornos em ripas pintadas de azul claro, em arco abatido, e é de nave única, dividindo-se apenas para delimitar a capela-mor. À esquerda da entrada vemos um batistério simples, contendo apenas uma pia batismal de pedra, e é fechado por uma porta de folha dupla vazada, em madeira torneada. Sobre a entrada um grande coro de madeira, de linhas geométricas simples e sustentado por duas colunas igualmente discretas.
Existem 6 altares laterais, dedicados a Santa Bárbara, São Miguel Arcanjo, Santa Ana, o Divino Espírito Santo, Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora das Dores, todos com vários níveis e nichos para outras imagens secundárias. Apresentam uma talha rococó de primeira linha, rica mas sem sobrecarregamento, de inspiração extremanente vigorosa e elegante, acabamento esmerado e com arremates de assemelham a labaredas, de esplêndido efeito, sendo todos de um mesmo desenho geral mas todos diferentes nos detalhes, o que confere uma notável unidade e ao mesmo tempo graciosa variedade à decoração interna.
Na capela-mor, com duas janelas laterais elevadas, com balaústres e marcos decorados, ergue-se o altar-mor em escada, dedicado a Nossa Senhora da Conceição, com imagens secundárias de Nossa Senhora da Paz e Santa Rosa de Lima. O conjunto tem estilo ligeiramente diverso dos altares menores, sendo naturalmente mais majestoso, mais arquitetural e menos decorativista, tendendo a um barroco mais rigoroso, mas também é de talha primorosa, com um frontão movimentado em arcos interrompidos, volutas e medalhões, de magnífico desenho. Acima, no teto, aparece o único exemplar de pintura mural em todo o interior (exceto pequenos adornos florais sob o coro), com uma cena representando a Santíssima Trindade, sem emolduramentos quaisquer, levando a crer que se trate de fragmento remanescente e que originalmente todo o teto da igreja, ou pelo menos o da capela-mor, fosse decorado com pinturas.
Passando-se por dentro da capela-mor tem-se acesso à sacristia, à esquerda, onde estão guardados o púlpito e o ambão, removidos da nave para melhor preservação, uma expressiva coleção de Bandeiras do Divino de procissão, e uma capelinha também de lavra rococó com douradura, fechada por portinholas envidraçadas, com duas belas imagens de roca processionais, uma representando o Senhor Morto e outra o Senhor dos Passos.
Este templo dedicado a Nossa Senhora da Conceição, um dos mais significativos símbolos da identidade local, foi erguido por Francisco Carvalho da Cunha, que por volta de 1741 se estabelecera nos Campos de Viamão, no sítio chamado Estância Grande. O projeto foi do Brigadeiro José Custódio de Sá e Faria, com desenho de Francisco da Costa Sene, construtor e mestre-carpinteiro, e sua construção durou de 1766 a 1769, tendo sido celebrada a primeira missa pelo padre José Malta em 6 de abril de 1770.
É a segunda igreja mais antiga do estado, atrás apenas da Catedral de São Pedro, em Rio Grande, e uma das mais citadas elogiosamente por antigos viajantes estrangeiros em visita a estas terras, contando-se as menções de Auguste de Saint-Hilaire em 1820 e Nicolau Dreys em 1849 [1]. Na época da Revolução Farroupilha já se acusava a necessidade de reparos urgentes, que porém só viriam a ser efetivados em 1854, por Francisco José Pacheco Filho. Em julho de 1938 foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Em seu entorno nada restou dos tempos coloniais, permanecendo a igreja como uma relíquia singular, ainda que esplêndida, da arquitetura setecentista no município.
[editar] O edifício
A Matriz é de traço barroco colonial, com elementos rococós na decoração, e por suas paredes espessas e feição imponente assemelha-se a uma fortaleza, reflexo do período de disputas de fronteira entre os territórios português e espanhol na América do Sul.Localizada na larga praça central da cidade, sua entrada se dá através de um grande adro com pequena escadaria e balaustrada. O frontispício, em pedra, é discreto, mas a porta única, central, mostra bela talha rococó, já um tanto desgastada pelas intempéries. Aos lados, duas colunas toscanas ornamentais que nada sustentam terminam no segundo nível, onde se abrem duas janelas de arco abatido fechadas por vitrais, e tendo ao centro um óculo quadrifólio com pontas entre os lobos. Acima, um frontão em triângulo isósceles nu é arrematado por uma cruz central e um perfil em escada, acima do triângulo. O cornijamento em toda a fachada é estreito e sem adornos.
O corpo da igreja é ladeado por duas torres sineiras iguais, com aberturas estreitas junto à base e arcos abertos no nível superior para os sinos. São largas e muito espessas, e possuem um oco exíguo que abriga apenas uma estreita escada até o topo. O coruchéu tem ornamentação simples com volutas discretas e bandeirolas.
A fachada traseira é bem menos ampla, acompanhado as menores dimensões da capela-mor, e possui apenas duas janelas retangulares estreitas no nível térreo e um óculo pequeno redondo acima, centralizado, e telhado visível em duas águas. Em ambos os lados existem anexos térreos para a sacristia e a secretaria, com entradas independentes, igualmente em estilo barroco colonial.
O interior tem janelas altas, teto sem adornos em ripas pintadas de azul claro, em arco abatido, e é de nave única, dividindo-se apenas para delimitar a capela-mor. À esquerda da entrada vemos um batistério simples, contendo apenas uma pia batismal de pedra, e é fechado por uma porta de folha dupla vazada, em madeira torneada. Sobre a entrada um grande coro de madeira, de linhas geométricas simples e sustentado por duas colunas igualmente discretas.
Existem 6 altares laterais, dedicados a Santa Bárbara, São Miguel Arcanjo, Santa Ana, o Divino Espírito Santo, Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora das Dores, todos com vários níveis e nichos para outras imagens secundárias. Apresentam uma talha rococó de primeira linha, rica mas sem sobrecarregamento, de inspiração extremanente vigorosa e elegante, acabamento esmerado e com arremates de assemelham a labaredas, de esplêndido efeito, sendo todos de um mesmo desenho geral mas todos diferentes nos detalhes, o que confere uma notável unidade e ao mesmo tempo graciosa variedade à decoração interna.
Na capela-mor, com duas janelas laterais elevadas, com balaústres e marcos decorados, ergue-se o altar-mor em escada, dedicado a Nossa Senhora da Conceição, com imagens secundárias de Nossa Senhora da Paz e Santa Rosa de Lima. O conjunto tem estilo ligeiramente diverso dos altares menores, sendo naturalmente mais majestoso, mais arquitetural e menos decorativista, tendendo a um barroco mais rigoroso, mas também é de talha primorosa, com um frontão movimentado em arcos interrompidos, volutas e medalhões, de magnífico desenho. Acima, no teto, aparece o único exemplar de pintura mural em todo o interior (exceto pequenos adornos florais sob o coro), com uma cena representando a Santíssima Trindade, sem emolduramentos quaisquer, levando a crer que se trate de fragmento remanescente e que originalmente todo o teto da igreja, ou pelo menos o da capela-mor, fosse decorado com pinturas.
Passando-se por dentro da capela-mor tem-se acesso à sacristia, à esquerda, onde estão guardados o púlpito e o ambão, removidos da nave para melhor preservação, uma expressiva coleção de Bandeiras do Divino de procissão, e uma capelinha também de lavra rococó com douradura, fechada por portinholas envidraçadas, com duas belas imagens de roca processionais, uma representando o Senhor Morto e outra o Senhor dos Passos.
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